Boletim da APP – 01/09/23
Informativo eletrônico semanal da APP-Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do PR
Na luta! Aposentados(as) e funcionários(as) lotam Alep para marcar o 30 de agosto
Mobilização em Curitiba reuniu educadores(as) de todo o estado com foco na valorização salarial dos(as) aposentados(as) e funcionários(as) de escola
Há 35 anos, a história do Paraná era manchada por um ato de covardia e crueldade contra professores(as) e funcionários(as) de escola. A professora aposentada, Lucília de Oliveira Mattos, lembra em detalhes do massacre ocorrido na Praça Nossa Senhora de Salete, em Curitiba, no dia 30 de agosto de 1988.“O governador era o Álvaro Dias. Era mais ou menos na hora do almoço. Estava todo mundo reunido. Tinha aposentados e professores do Paraná inteiro. De repente soltaram a cavalaria em cima da gente”.
“O que eu vivi no 30 de agosto, jamais vou esquecer, ver meus colegas apanhando de cassetete”, conta a professora aposentada, Marlete Ferreira Sebastião, da região de Assis Chateaubriand.
Pane no sistema: professores(as) relatam como foi o dia de Plataforma Zero nas escolas
Liberdade de ensinar e dialogar olhando nos olhos dos(as) estudantes marcou dia de pausa na rotina de vigilância e controle digital nas escolas
“Eu estava com saudade de dar uma aula. De não ser um mero operador de máquinas que prega os olhos dos alunos numa tela”. Quarta-feira, 30 de agosto, Paulo Sérgio Vieira, professor do CE Teobaldo Leonardo Kletemberg, de Curitiba, usou quadro e giz em sala e, nas palavras dele, “aquele diálogo gostoso com os estudantes.”
“Até deu para perceber que tinha alunos em sala de aula”, conta o professor de Filosofia e Ensino Religioso. “Hoje a chamada digital não possibilita essa interação. Mal sabemos o nome dos estudantes”.
Paulo aderiu à greve de plataformas deflagrada nesta quarta-feira pela categoria em todo o Paraná, em protesto contra a política de uso obrigatório das tecnologias educacionais em sala de aula.
O movimento, chamado de “Plataforma Zero”, viralizou entre estudantes e chamou atenção da imprensa nacional, com destaque na Folha de São Paulo.
Seap atende pedido da APP e prorroga prazo de envio de vídeo, planos de aula e ação para concurso
Candidatos(as) poderão enviar os documentos e materiais entre as 10h do dia 4 e as 17h de 11 de setembro. O prazo anterior findava no dia 6
Valeu a pressão!
A Seap expediu ofício nesta sexta-feira (1º) prorrogando o prazo de envio do vídeo, dos planos de aula e de ação e dos títulos para a próxima etapa do certame.
Candidatos(as) poderão enviar os documentos e materiais entre as 10h do dia 4 e as 17h de 11 de setembro. O prazo anterior findava no dia 6.
A mudança atende, em parte, o pleito da APP, que reivindicou em ofício enviado no dia 29 a extensão do prazo em dez dias.
Milionários pagam menos Imposto de Renda do que professores(as), mostra estudo
Levantamento realizado pelo Sindifisco revela que servidores(as) públicos(as), médicos(as), enfermeiros(as) e assistentes sociais também pagam alíquota maior que milionários
Milionários pagam alíquotas efetivas de Imposto de Renda (IR) menores do que professores(as) e outros profissionais, como médicos(as), enfermeiros(as) e assistentes sociais no Brasil. A distorção é constatada por um levantamento realizado pelo Sindifisco Nacional, que representa os auditores-fiscais da Receita Federal.
Segundo o estudo, contribuintes que declararam em 2021 ganhos totais acima de 160 salários mínimos (R$ 2,1 milhões no ano ou R$ 176 mil por mês) pagaram alíquota efetiva de IR abaixo de 5,5%. Enquanto isso, professores(as) do ensino fundamental foram taxados em 8,1%, informa a BBC Brasil.
Educação violada: governo entrega dados de um milhão de paranaenses à exploração de agentes privados
Como gigantes da tecnologia invadiram a escola pública abocanhando recursos, apropriando-se de dados pessoais e solapando a autonomia docente
Durante a pandemia, sem consultar a comunidade escolar, ignorando soluções alternativas e a privacidade dos(as) usuários(as), o então secretário Renato Feder deu início à adoção em massa de plataformas digitais na rede estadual de educação.
:: “Se vira”, diz Renato Feder sobre alunos(as) que não têm equipamentos para aulas remotas
Não foi um fenômeno local, mas a escalada da plataformização no Paraná encontra poucos paralelos no país. Hoje, aplicativos e sites de uso obrigatório controlados por empresas são acessados por cerca de um milhão de estudantes e professores(as) diariamente.
O contingente representa uma imensa base de dados, até então sob a guarda do Estado, entregue de bandeja a agentes que sobrevivem da extração em massa e análise de informações pessoais para obter lucro.
A Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD), em vigor desde 18 de setembro de 2020, destaca a prioridade absoluta de crianças e adolescentes, assegurando o direito à privacidade de informações sensíveis, incluindo o desempenho pedagógico.
Não há notícias de que o governo do Paraná esteja preocupado. Mas os(as) professores(as) estão. De acordo com a pesquisa “Plataformização da Educação”, realizada pela APP-Sindicato e o Instituto IPO, 86,7% dos(as) educadores(as) concordam que as plataformas atendem a interesses da iniciativa privada.