Boletim da APP – 07/05/21
Informativo eletrônico semanal da APP-Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do PR
Volta às aulas presenciais vai causar aumento de casos, internamentos e mortes por Covid19
Plenária virtual da APP-Sindicato apresenta dados de estudo epidemiológico em dez cidades do Paraná
A retomada das aulas presenciais no Paraná nesse momento vai causar, inevitavelmente, o aumento de casos, internamentos e mortes por Covid19. O Governo Ratinho Jr vacinou apenas 16,5% da população e a volta às escolas só é relativamente segura com 70% das pessoas imunizadas. Qualquer relaxamento no distanciamento social nesse momento terá impacto 15 dias depois nos hospitais. Os alertas foram feitos pelo cientista Lucas Ferrante, na plenária virtual realizada pela APP-Sindicato, no começo da noite desta quinta-feira (6). Ele apresentou a atualização do estudo “Avaliação da Pandemia de Covid19 – Medidas Necessárias para Controle da Pandemia”.
O estudo foi realizado por pesquisadores(as) do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA), Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Universidade Federal de São João Del Rei e Universidade Federal do Amazonas. As análises e recomendações se baseiam no modelo computacional SEIR (Susceptíveis-Expostos-Infectados-Recuperados), que considera dados epidemiológicos, taxas de vacinação e mobilidade urbana da população de dez cidades: Curitiba, Foz do Iguaçu, Cascavel, Londrina, Maringá, Ponta Grossa, Guarapuava, Toledo, União da Vitória e Francisco Beltrão. “Para nenhuma delas, o modelo aponta a possibilidade de relaxamento de medidas restritivas”, afirmou Ferrante. “Não é o momento de aumentar a circulação urbana”, observou.
O presidente da APP-Sindicato, Hermes Leão, lamentou que o governador Ratinho Jr esteja tentando transferir para prefeitos e diretores de escola, a responsabilidade de uma decisão equivocada sobre a volta às aulas presenciais. A APP-Sindicato recomenda aos(as) diretores(as) que não assinem qualquer documento autorizando a volta às aulas presenciais em suas escolas. “Não assumam a responsabilidade de pôr vidas em risco”, disse Leão. “Nós queremos a retomada, mas está evidente que essa flexibilização não é possível nesse momento. Lamentavelmente o Governo Ratinho Jr joga a responsabilidade dessa decisão para diretores de escola, pais, mães e responsáveis”, completou.
APP-Sindicato orienta diretores(as) sobre a retomada das aulas presenciais
ATENÇÃO DIRETORES(AS) DAS ESCOLAS DA REDE ESTADUAL, MÃES, PAIS, RESPONSÁVEIS POR ESTUDANTES E PREFEITOS(AS):
Orientamos que não assumam a responsabilidade de qualquer retomada de atividades presenciais nas escolas da rede estadual, das redes municipais e rede particular. Nesta quinta (06), o pesquisador Lucas Ferrante do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa) apresentou estudos que apontam que contaminações por Covid-19 serão inevitáveis na proposta que o governador Ratinho Jr (PSD) apresentou.
O governador transferiu as responsabilidades por contágios e mortes aos prefeitos(as) diretoras(es) e responsáveis pelos estudantes menores.
Não assumam essa responsabilidade que poderá resultar em denúncia crime. O governador e o secretário de Educação Renato Feder jogam para terceiros a responsabilidade das consequências dessa desastrada orientação. Retorno escolar só com a segurança da imunização por vacinas!
Curitiba, 7 de maio de 2021
Hermes Silva Leão
Presidente da APP-Sindicato
Diretores(as) denunciam redução de funcionários(as) de escola e ameaça de retomar aulas presenciais
Governador Ratinho Jr atua duplamente para causar o caos nas escolas da rede pública estadual
O governador Ratinho Jr está “economizando” com a redução de funcionários(as) de escola, exatamente no momento em que começa a impor de forma atabalhoada a volta às aulas presenciais na rede pública estadual. A denúncia integra carta entregue aos deputados(as) estaduais por diretores(as) de escola do Núcleo Regional da Educação de Francisco Beltrão. Entre outras dificuldades, o texto aponta que a empresa Orbenk, que vai assumir a terceirização dos serviços de limpeza, manutenção, merenda e administração das escolas da região, está contratando um número de funcionários(as) abaixo do que é necessário em cada escola, comprometendo os protocolos de biossegurança para evitar a disseminação do coronavírus.
Se tem retorno sem vacina, tem greve pela vida!
Durante coletiva de imprensa direção estadual afirmou que haverá paralisação total das atividades nas escolas que convocarem retorno às aulas sem a imunização dos educadores
Após o anúncio do retorno gradual das aulas presenciais feito nessa terça-feira (04) pelo governador do Estado, a APP-Sindicato organizou uma live para informar sobre os riscos do modelo híbrido neste momento da pandemia. O encontro virtual, marcado para às 10h desta quarta-feira (05) contaria com a presença do cientista do Instituto Nacional de Pesquisas (Inpe), Lucas Ferrante. No entanto, o pesquisador teve problemas de conexão e não foi possível a participação.
A direção estadual da APP-Sindicato reforçou que defende o retorno presencial, mas que é necessário um ambiente seguro para categoria e para os(as) estudantes. “O governo do Estado nega os riscos da pandemia e coloca vida de professores, funcionários de escola e estudantes em risco. Ontem tivemos acesso à rede municipal de Rio Bonito do Iguaçu, que já voltou às aulas e agora passa por um surto de contaminação entre os professores e as crianças. Essa história que criança não é vetor de contaminação não é verdadeira”, afirma a secretária Educacional da APP-Sindicato, professora Walkiria Mazeto.
Reforma Administrativa privatiza o serviço público e abre espaço para corrupção
PEC nº 32 tira estabilidade do servidor e abre caminho para apadrinhamento político em cargos públicos, o que pode facilitar a corrupção e ainda deixa a população sem um bom atendimento
A população brasileira será a mais prejudicada se a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) nº 32 da Reforma Administrativa, do governo de Jair Bolsonaro (ex-PSL), for aprovada pelo Congresso Nacional. E mais, a proposta tem potencial para facilitar a corrupção ao tirar a estabilidade do servidor e abrir caminhos para contratação de pessoas apadrinhadas por políticos sem compromisso com a qualidade do serviço prestado e a ética pública.
“A estabilidade garante que os servidores sigam o que diz legislação em vigor, serve para não se curvarem a nenhum chefe ou a nenhum propósito governamental, que podem ser até espúrios, sem risco de demissão”, alerta o Coordenador-Geral do Sindicato dos Servidores Públicos Federais do Estado de Pernambuco (Sindsep-PE), José Carlos Oliveira.
Para ele, o governo manipula a opinião pública apontando o dedo para o servidor, alvo de governos sem compromisso com a classe trabalhadora e os mais vulneráveis, que dependem dos serviços públicos em áreas fundamentais como saúde, educação, fiscalização da água, do meio ambiente e até a produção de vacinas contra o novo coronavírus, como é o caso dos servidores da Fundação Oswaldo Crus (Fiocruz).