Boletim da APP – 11/12/20
Informativo eletrônico semanal da APP-Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do PR
Prova PSS é adiada para janeiro, mas APP-Sindicato mantém luta pela revogação
Decisão ocorre após Ratinho e Feder serem obrigados pela Justiça a suspender eleição de diretores(as) durante a pandemia
A Secretaria da Educação do Paraná (Seed) divulgou no início da noite desta quinta-feira (10) um edital adiando para 10 de janeiro de 2021 a data para aplicação de provas objetivas para contratação de professores(as) através de processo seletivo simplificado (PSS).
Prevista inicialmente para acontecer no próximo domingo (13), a prova já havia sido transferida para o dia 20 de dezembro, porém permanecia contrariando pedido da Promotoria de Justiça de Proteção à Saúde Pública de Curitiba.
A decisão pelo novo adiamento ocorre depois do governo desobedecer orientação do Ministério Público Estadual (MPPR) e ser obrigado, por decisão da Justiça, a suspender a realização da eleição de diretores das escolas estaduais, que estava marcada para esta semana.
Ataques a Carol Dartora expõem “mazelas dessa falsa democracia brasileira”
Estudo revela que 8 em cada 10 mulheres negras que disputaram as eleições deste ano sofreram violência virtual
Um estudo feito pelo Instituto Marielle Franco constatou que 8 em cada 10 mulheres negras que disputaram as eleições deste ano foram vítimas de violência na internet. Um desses casos aconteceu no último domingo (6) contra a primeira vereadora negra eleita na história de Curitiba e a terceira mais votada deste pleito, a professora Carol Dartora, que também é dirigente estadual da APP-Sindicato. Ela foi surpreendida com um e-mail contendo ameaça de morte.
“EU VOU TE MATAR – CAROL DARTORA”. Essas foram as palavras utilizadas como assunto, pelo autor da mensagem. “Sua aberração. Macaca fedorenta, cabelo ninho de mafagafos” são os termos que abrem o texto. O ameaçador fez questão de descrever o endereço residencial de Carol e informar que estava disposto a comprar uma arma para “meter uma bala na sua cara e matar qualquer um que estiver junto com você, vou meter uma bala na minha cabeça”.
As palavras são muito fortes e o e-mail foi enviado exatamente um dia depois de ser veiculada, em rede nacional,uma entrevista em que o prefeito reeleito de Curitiba, Rafael Greca, nega a existência de racismo estrutural na capital paranaense. A fala foi feita ao comentar a eleição de Carol Dartora. Greca disse discordar da vereadora eleita sobre essa questão. Em resposta, Carol classificou as declarações como criminosas e acrescentou que “a existência do racismo estrutural não só existe, como é cruel, mata- e está presente na desigualdade do Brasil”.
Veja quem são os(as) deputados(as) do Paraná que votaram contra convenção antirracista
Sete bolsonaristas se posicionaram contra documento que exige prevenção e punição de atos de discriminação racial
Aline Sleutjes (PSL), Diego Garcia (PODE), Filipe Barros (PSL), Paulo Martins (PSC), Pedro Lupion (DEM), Roman (PATRIOTA) e Sargento Fahur (PSD). Esses são os(as) sete deputados(as) federais pelo Paraná que votaram contra a adesão do Brasil à Convenção Interamericana contra o Racismo, a Discriminação Racial e Formas Correlatas de Intolerância.
Apesar da posição desses(as) parlamentares, todos(as) bolsonaristas, o Projeto de Decreto Legislativo 861/17, que trata do assunto, foi aprovado ontem (9) em primeiro turno, por 414 votos a 39, e em segundo turno, por 417 votos a 42. Agora o texto seguirá para o Senado.
Projeto que acaba com carreira dos(as) servidores(as) será votado na segunda
APP-Sindicato convoca categoria para pressionar deputados(as) contra proposta do governador Ratinho Junior que impede promoções e progressões
Ao final de cada ano, é tradição que os patrões agradeçam seus(suas) colaboradores(as) pelo trabalho realizado. Mas no Paraná, a mensagem do governador Ratinho Junior para os(as) servidores(as) públicos(as) é o projeto de lei complementar n. 19/2020, que tramita em regime de urgência para acabar com os direitos da carreira desses(as) trabalhadores(as). A APP-Sindicato e o Fórum das Entidades Sindicais (FES) lutam pela retirada do projeto e mobilizam as categorias para pressionar os(as) deputados(as).
Ontem (10), durante sessão extraordinária da Assembleia Legislativa do Paraná (Alep), o texto foi aprovado em primeira discussão com 38 votos favoráveis e 13 contrários. No mesmo dia aconteceu outra sessão extraordinária para votar o projeto. Como foi apresentada emenda de plenário, o texto voltou à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e deve retornar à votação nesta segunda-feira.
Caso a proposta de Ratinho seja aprovada em segunda discussão, o direito dos(as) servidores(as) à promoção, progressão ou qualquer outro avanço na carreira ficará condicionado à publicação de um decreto do governador e ao aumento das receitas. De forma prática, se o chefe do poder Executivo for incompetente na gestão das contas públicas ou simplesmente não quiser pagar os direitos do funcionalismo, essa lei dá poderes para que o calote seja colocado em prática.
FUNDEB é desconfigurado e privatizado na Câmara dos Deputados
Educação pública sofre sua maior derrota desde a Constituinte de 1988
Em pleno Dia Internacional dos Direitos Humanos (10.12.20), a Câmara dos Deputados, no Brasil, num gesto antagônico à garantia de um dos direitos mais essenciais da pessoa humana e da sociedade (a Educação), aplicou o maior e mais assombroso golpe contra a educação pública brasileira. Nem os mais céticos poderiam prever tamanha inconsequência coordenada pela base do governo Bolsonaro no parlamento, que terminou por quase sepultar o FUNDEB aprovado pela Emenda Constitucional (EC) nº 108, no último mês de agosto.
Pesquisa Unespar termina dia 13 para mapear condições de trabalho e ensino na pandemia
Objetivo é construir um conjunto de dados que envolvem também questões de saúde
A pesquisa desenvolvida pelo Grupo de Estudos das Teorias e Práticas Pedagógicas na Perspectiva Crítica da Educação Escolar (GTPEC) da Universidade Estadual do Paraná (Unespar), em parceria com a APP-Sindicato, segue até o dia 13 de dezembro para as respostas. É a busca para mapear os impactos do ensino remoto durante a pandemia no trabalho dos(as) profissionais de educação e nas condições de ensino e aprendizagem dos(as) estudantes.
Lançada no dia 8 de outubro, a pesquisa está registrada no Conselho de Ética em Pesquisa da Unespar, sob n. 36948720.7.0000.9247 – Para responder, clique no link (aqui).