Boletim da APP – 19/03/21
Informativo eletrônico semanal da APP-Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do PR
Razões de esperançar: educadores(as) que venceram a Covid-19
Profissionais da educação pública compartilham seus relatos de esperança e fé em tempos de pandemia
Desde o início da pandemia, o Paraná já registrou mais de 770 mil infectados pelo Coronavírus (dados em 18 de março). Deste total, quase 755 mil pessoas se recuperaram da doença. Por trás de tantos números, há vidas e histórias cheias de fé e de emoção, como as do professor Adão Francisco Xavier, de Colombo. Adão é um destes vitoriosos na batalha contra a Covid-19.
No no final do ano passado, Adão passou 13 dias internado na Santa Casa de Misericórdia em Curitiba. “O ano de 2020 foi um grande desafio para todos. Eu estou atualmente na direção escolar e, durante a pandemia fizemos a entrega de alimentos e de material impresso para os estudantes. Foi um período de muito trabalho, onde tudo era muito novo para todos. Como estava em contato com pessoas na escola, tinha muita preocupação e fazia periodicamente o teste para proteger a minha vida e a vida dos demais”, relata.
Foi em um desses testes que no dia 15 de outubro o professor recebeu a notificação de positivo. “Foi um baque. Foi o começo de um período muito sofrido. Logo fui internado e, apesar de nunca ter tido diabetes, os meus índices de açúcar ficaram completamente saturados. Tomei muito remédio e várias injeções de insulina. Os meus braços ficaram todos furados e doloridos”.
Apesar da situação de incerteza e da dor de quem está internado sem poder receber a visita de familiares e amigos, o professor manteve a fé na recuperação. “Procurei manter a minha mente ativa. Eu lia muito e mandava relatos do que estava lendo para familiares e amigos. Essa interação [pelo celular] me ajudou a enfrentar a doença com um olhar mais positivo”.
Ações em todo país cobram auxílio emergencial de R$ 600 para viabilizar isolamento
Movimento “Renda Básica que Queremos” organizou o dia nacional de luta e por auxílio emergencial de R$ 600
O movimento ‘Renda Básica Que Queremos’, formado por cerca de 300 entidades e responsável pela campanha #AuxílioAtéoFimdaPandemia, promoveu na quinta-feira (18) um dia nacional de luta pela volta do auxílio emergencial de R$ 600 até o fim da pandemia.
De acordo com a assistente social Paola Carvalho, diretora de relações institucionais da Rede Brasileira de Renda Básica, o dia de protestos é uma forma de mobilizar as pessoas para a urgência do tema. “Essa PEC Emergencial colocou um teto de gasto de 44 bilhões para o auxílio emergencial em 2021. Isso num momento onde as mortes estão cada vez maiores e a vacinação e condições de hospitalização cada vez mais frágeis”. Os movimentos alertam que as principais regiões do país precisam de um lockdown, e sem auxílio emergencial essa forma de isolamento social não se viabiliza.
Paola explica que com o teto definido pela PEC – agora transformada em Emenda Constitucional (EC 109) –, um em cada quatro beneficiários ficarão de fora do auxílio emergencial deste ano. “Estamos falando de algo em torno de 17 milhões de brasileiros”. Ela contesta ainda o valor previsto das parcelas, que seria de R$ 250. O auxílio pode chegar a R$ 375 para mães solteiras e R$ 175 para uma pessoa sozinha.
Líder do governo Bolsonaro na Câmara diz que pandemia no Brasil é situação “até confortável”
Deputado Ricardo Barros (PP-PR) alega que o sistema de saúde brasileiro "está melhor" do que outros países. Diversas cidades já enfrentam colapso
O líder do governo Bolsonaro na Câmara, deputado Ricardo Barros (PP-PR), disse que a situação da pandemia no Brasil “é até confortável” em relação a outros países. O comentário foi feito em entrevista à GloboNews, nesta quarta-feira (17), enquanto o parlamentar citava o número de mortes por milhão de habitantes no país e a quantidade de vacinados.
“Olhe bem a estatística, mortes por milhão, ou seja, o cuidado do sistema de saúde com as pessoas. Reino Unido, 1.853 [mortes por milhão], em 4º lugar. Estados Unidos, 1.609 por milhão, em 11º. Brasil, 1.300 mortes por milhão, em 22º lugar”, afirmou Barros.
“Então, nosso sistema de saúde responde, está melhor no tratamento às pessoas do que a maioria dos países de primeiro mundo que estão na nossa frente em número de vacinados, mas o Brasil é o 5º do mundo em número de vacinados. Embora tenha começado mais tarde, já são 10 milhões e 300 mil vacinados e 11 milhões e 600 que já pegaram Covid e estão imunes, então, a nossa situação, ela não é tão crítica assim. Comparada a outros países, é uma situação até confortável”, completou o deputado.
SE VIRE: o projeto neoliberal autoritário de barbárie do governo Ratinho Jr. e Renato Feder
A APP-Sindicato destaca que mantém a orientação pela autonomia das escolas e dos professores(as) na condução das aulas
Em resposta à última fala proferida pelo secretário da Educação, o empresário Renato Feder, a direção estadual da APP-Sindicato publicou uma nota condenando a política educacional da Secretaria de Estado da Educação.
Em teleconferência com os chefes dos Núcleos Regionais de Educação do Paraná, Feder se o aluno da rede estadual não tem um dispositivo com um webcam tem é que “se virar”, dar o seu próprio jeito, não contar com ninguém, deixar de mimimi e não cobrar nada das autoridades que deveriam cuidar da educação pública.
Produtividade no setor público é maior que no privado (estudos já provaram isso)
Estudos comprovaram que o serviço público é mais produtivo do que a iniciativa privada
Setores que pretendem se apropriar dos serviços públicos para lucrar sobre as necessidades da população espalham a mentira de que o servidor é improdutivo. Mas essa ideia não sobrevive à análise dos números.
Estudos comprovaram que o serviço público é mais produtivo do que a iniciativa privada.
Segundo dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), coletados entre 1995 e 2006, o índice médio de produtividade no serviço público era quase 50% em média (mais precisamente, 46,6%) maior do que na iniciativa privada, sempre com a diferença ficando maior que 35%.
O estudo concluiu, ainda, que essa diferença estava crescendo ainda mais, com 14,7% de aumento na produtividade do serviço público por ano, contra 13,5% no privado, no mesmo período.
Produtividade na pandemia
Essa pesquisa do Ipea foi a última realizada com esse foco, mas não é difícil chegar à conclusão que os servidores públicos trabalham muito. E a pandemia vem provando isso.
Na saúde, o enfrentamento à Covid-19 colocou médicos, enfermeiros, técnicos, atendentes, motoristas de ambulâncias, dentre muitas outras funções, em regime de trabalho intenso, com plantões em cima de plantões por meses a fio, sem férias e quase sem descanso.
O mesmo aconteceu com professores de todos os níveis educacionais, que precisam se desdobrar para mudar completamente o sistema das aulas do já conhecido e adaptado meio presencial para o ainda pouco explorado meio remoto. Além de desenvolver novas formas de trabalhar os conteúdos (o que tem exigido muita criatividade), tiveram que aprender funções bem diferentes, como produção de vídeo e gerenciamento de plataformas online.
E tudo isso sem praticamente nenhum amparo das secretarias de Educação (municipais ou estaduais), muitas vezes com limitações técnicas, falta de equipamentos ou de internet de alta velocidade.
Durante todo esse tempo, a ciência brasileira também comprovou sua qualidade. Docentes de universidades públicas e pesquisadores tiveram que continuar orientando acadêmicos ou dando continuidade a projetos (sob o risco de perder anos de trabalho).
E mesmo enfrentando cortes de recursos de governos, produziram quase mil pesquisas relacionadas ao novo Coronavírus e à Covid-19.