Boletim da APP – 23/05/25
Informativo eletrônico semanal da APP-Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do PR
DESUMANO | Professor faz curso no leito do hospital porque governo exige frequência de 100% e não aceita atestado médico
Imagem de professor hospitalizado fazendo Formadores em Ação viralizou em aplicativos de mensagem e mostra a crueldade das políticas do governo Ratinho Jr. e da gestão de Roni Miranda na Seed
A imagem de um professor da rede estadual do Paraná no leito de um hospital participando do curso Formadores em Ação, porque o governo Ratinho Júnior exige frequência de 100% e não aceita atestado médico, viralizou em aplicativos de mensagem nesta quarta-feira (21). O curso, ministrado à distância, é um dos únicos aceitos pelo governo para progressão na carreira e também é utilizado na classificação na distribuição anual de aulas.
No dia 7 de maio, antes das aulas do curso iniciarem, a APP-Sindicato já havia se manifestado sobre a exigência e comunicou ter reivindicado à Secretaria da Educação (Seed) um pedido de alterações imediatas na Resolução 3.659/2024 – GS/SEED, onde constam as regras consideradas arbitrárias e punitivas.
A primeira é de que conste uma previsão de frequência mínima proporcional à carga horária do curso. Que seja respeitado o atestado médico como justificativa e oferecida a possibilidade de reposição em tempo hábil, ao contrário da imposição de que seja dentro da mesma semana da aula em que houve a falta. Outra reivindicação é de que em caso do(a) professor(a) não poder concluir a turma, independente do motivo, ele(a) não fique proibido(a) de se inscrever na próxima turma.
APP vai defender emendas no novo PNE para garantir piso e evitar adoecimento da categoria em seminário na segunda (26)
Evento foi proposto por deputado estadual e por deputados(as) federais que compõem a Comissão Especial que discute o projeto em Brasília
APP-Sindicato na luta em defesa da educação pública - Foto: APP-Sindicato
A APP-Sindicato fará parte da mesa de debates do Seminário Estadual para Discussão do Plano Nacional de Educação 2024 – 2034, que acontece na próxima segunda-feira (26) na Assembleia Legislativa do Paraná (Alep). O evento terá início às 9h. O Projeto de Lei 2614/24, que dispõe sobre o novo Plano Nacional de Educação (PNE), tramita na Câmara dos Deputados.
O seminário foi convocado a partir de proposição do deputado estadual Professor Lemos (PT) e dos(as) deputados(as) federais componentes da Comissão Especial da Câmara, Carol Dartora (PT), Tadeu Veneri (PT), Zeca Dirceu (PT) e Diego Garcia (Republicanos). O objetivo é ouvir e debater pontos importantes do projeto com trabalhadores(as) da educação.
Pedagogos(as) exigem de Ratinho Jr. salário justo e reconhecimento, pontua secretária da APP-Sindicato
Política educacional imposta pelo governador tem ampliado jornada de trabalho, retirado direitos e levado educadores(as) ao adoecimento
Educadores(as) da rede estadual do Paraná denunciam abusos da gestão Ratinho Jr. - Foto: QuemTV/APP-Sindicato
Burocracia, pressão, cobranças, adoecimento, fiscalização de plataformas, aumento da jornada de trabalho e desigualdade salarial. Esses são apenas alguns dos problemas que se intensificaram no cotidiano dos(as) trabalhadores(as) da educação que atuam nas escolas públicas da rede estadual do Paraná, após Ratinho Júnior (PSD) ser eleito governador. Entre os(as) prejudicados(as) também estão os(as) pedagogos(as), profissionais que têm papel estratégico na organização do trabalho pedagógico e do planejamento escolar.
“Estamos com muita pressão nas escolas no trabalho pedagógico, onde as pedagogas são as mais prejudicadas. Hoje, estamos mais envolvidas em fiscalizar as plataformas através do Power BI , atingir metas do que atender os professoras(es), os(as) estudantes, mães, pais e responsáveis”, relata a pedagoga e secretária executiva Educacional da APP-Sindicato, Margleyse Adriana dos Santos.
Artigo: Araceli e Rachel não voltam mais
Texto da professora Cláudia Gruber resgata duas histórias chocantes que trazem o alerta sobre o papel da escola e da sociedade na prevenção e no combate ao abuso sexual e à exploração de crianças
Memórias: da esquerda para a direita, Araceli Cabrera Sánchez Crespo (8) e Rachel Genofre (9), duas meninas que tiveram suas vidas interrompidas de maneira trágica - Foto: Divulgação
A secretária executiva de Comunicação da APP-Sindicato, professora Cláudia Gruber, escreveu um artigo destacando o caso das meninas Araceli Cabrera Sánchez Crespo, de 8 anos, e Rachel Genofre, de 9 anos, para fazer o alerta sobre o papel da escola e da sociedade na prevenção e no combate do abuso e da exploração sexual de crianças e adolescentes. Dois crimes violentos que chocaram o país. Histórias de duas meninas que saíram de casa para ir à escola e nunca mais voltaram.
“Infelizmente, existe uma chamada “cultura da violência” enraizada em nossa sociedade que deixa nossas crianças e adolescentes expostos, pois agressões e punições físicas foram naturalizadas com o passar dos séculos como uma forma de disciplinar, educar. Isso faz com que os agressores sintam-se impunes e continuem a praticar tais violências, muitas vezes, intensificando-as e levando à morte milhares de adolescentes e crianças”, escreve a professora, que atua na rede estadual de ensino e é mestra em Estudos Literários.
O caso da Araceli, por exemplo, cujo desaparecimento ocorreu em 18 de maio de 1973, tornou-se um marco e motivou a criação da Lei 9.970/2000 que institui o dia 18 de maio como Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes. A data visa alertar a sociedade sobre a prevenção e a denúncia da violência sexual contra crianças e adolescentes, que são expostos a diversas formas de abuso diariamente.
Clique no link abaixo para ler a íntegra do artigo e conheça a história sobre o caso da menina Rachel Genofre.
Luta pelo plano de carreira avança em Anahy com apresentação de minuta ao prefeito
Construção do documento foi um processo coletivo e marca a retomada da organização dos(as) professores(as) no município
Entrega da minuta do projeto de revisão do plano de carreira do magistério de Anahy - Foto: divulgação
A direção municipal da APP-Sindicato em Anahy (Oeste do Paraná) entregou ao prefeito Arilson Batista de Souza uma minuta do plano de carreira do magistério do município. “O documento prevê práticas como a organização da carreira, formação, promoção, progressão e uma tabela que respeite a lei do piso e os direitos salariais das professoras”, afirma Edmilson Rodrigues da Silva, dirigente do Núcleo Sindical de Cascavel que participa da reorganização dos(as) educadores(as) em Anahy.
“A luta pela educação é o objetivo geral da APP-Sindicato e nesse sentido organizar as redes municipais é de extrema importância para contemplar o objetivo maior. Levar até os pequenos municípios o debate necessário para que a classe trabalhadora da educação compreenda seus direitos e deveres faz parte da essência de qualquer sindicato classista como o nosso”, explica Edmilson.