Boletim da APP – Especial Greve
Informativo eletrônico semanal da APP-Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do PR
Educadores(as) da rede pública iniciam greve por tempo indeterminado na segunda-feira
Paralisação visa pressionar o governo Ratinho Jr a desistir de privatizar a educação pública do Paraná com o projeto Parceiro da Escola
Foto: Joka Madruga | APP-Sindicato
Os(as) educadores(as) da rede pública iniciam na segunda-feira (3) greve por tempo indeterminado, para pressionar o governo Ratinho Jr a desistir de privatizar a educação pública do Paraná com o projeto Parceiro da Escola.
Além da suspensão das privatizações, a pauta da greve inclui o pagamento da data-base deste ano (3,69%) e o zeramento das perdas salariais dos educadores, que já supera os 39%.
Milhares de pessoas devem participar de mobilizações em todo o Paraná. Em Curitiba, haverá concentração na Praça Santos Andrade a partir das 8h, seguida de marcha coletiva até o Centro Cívico, onde acompanharão a votação na Assembleia Legislativa do PL 345, que privatiza a gestão de 200 escolas, inicialmente.
Haverá manifestações também nos 29 Núcleos Sindicais da APP-Sindicato espalhados pelo Estado. Em Curitiba, a mobilização terá a participação de estudantes e de trabalhadores(as) da UFPR, ITFPR e IFPR.
A APP recomenda aos pais, mães e responsáveis que não enviem suas crianças e jovens à escola, pois não haverá educadores(as) para acolhê-los(as).
Ministério Público do Trabalho recomenda que o governo do Paraná pare de ameaçar e assediar moralmente os(as) educadores(as)
Recomendação atende à denúncia protocolada pela APP, após receber relatos de ameaças e assédio a quem aderir à greve que começa na segunda-feira (3)
O Ministério Público do Trabalho (MPT-PR) emitiu nesta quarta-feira (29) recomendação ao governo do Paraná para que se abstenha de fazer ameaças e praticar assédio moral contra os(as) educadores(as).
A recomendação atende à denúncia protocolada pela APP-Sindicato nesta semana, após o recebimento de relatos de educadores(as) sobre ameaças dos Núcleos Regionais de Educação sobre descontos, processos administrativos e demissões para aqueles(as) que aderirem à greve, que será iniciada na segunda-feira (3).
A denúncia foi formalizada a partir da Notícia de Fato NF 001702.2024.09.000/0, que está repleta de material probatório (áudios e vídeos) das condutas de assédio dos NREs.
A APP-Sindicato informa que não se intimidará diante das pressões e que busca cumprir todos os ritos legais a fim de que a greve permaneça legal, protegendo o direito de paralisação dos grevistas sem que sejam penalizados.
Caso tenha recebido ameaças ou situações que caracterizem assédio, registre e envie a denúncia para o e-mail juridico@app.com.br ou para o Whatsapp (41) 2170 2500.
Projeto Parceiro da Escola só trouxe retrocessos nas duas escolas em que foi implantado
Relato de professor PSS que participou de todo o processo de aprovação e implantação do projeto revela os danos da iniciativa
Promessas de estabilidade no emprego e possibilidade de altos salários motivaram professores(as) PSS da rede pública estadual a aderir ao projeto Parceiro da Escola em 2022. No final do ano seguinte, eles(as) perceberam que haviam caído no conto do vigário, após serem demitidos sem justificativa.
Agora o governo Ratinho Jr tenta expandir o programa Parceiro da Escola, fazendo aprovar na Assembleia Legislativa projeto de lei para implantá-lo em 200 escolas, inicialmente. A APP se posiciona contrariamente ao projeto, que transfere recursos públicos para empresas sem qualquer possibilidade de controle sobre sua aplicação.
O caso do professor PSS Edson Mosko é exemplar em relação aos danos do projeto Parceiro da Escola para a escola pública de qualidade, humanizada e democrática. Ele lecionava no Colégio Estadual Aníbal Khury quando foi convencido a aderir ao projeto e divulgar suas supostas vantagens nas salas de aula e em lives para os pais.
Aspectos legais da greve
A Secretaria de Assuntos Jurídicos da APP-Sindicato elaborou um guia sobre as dúvidas mais frequentes sobre a participação dos(as) trabalhadores(as) na greve.